Saúde mental e produtividade no trabalho: qual é a relação?

O que realmente é produtividade no trabalho?

Definida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como “a eficiência na utilização de recursos”, a produtividade no trabalho pode ser medida tanto em termos de todos os fatores de produção combinados, quanto em termos de produtividade do trabalho em si, em que o produto ou valor agregado é dividido pela quantidade de trabalho utilizado para gerá-lo.

Segundo o relatório “Health, wellbeing and productivity in the workplace” – em portugues, “Saúde, bem-estar e produtividade no local de trabalho” – há três fatores determinantes para que de fato exista produtividade no trabalho, sendo eles: o ambiente laboral, a saúde emocional do colaborador e sua saúde física. 

Fatos como estes são corroborados pelo mais recente Relatório Mundial de Saúde Mental, publicado em junho de 2022 pela OMS, que aponta que colaboradores mentalmente saudáveis podem ser até 12% mais produtivos. O mesmo estudo ainda aponta que funcionários com alto nível de satisfação com seu ambiente de trabalho tendem a ser três vezes mais criativos em suas funções.

Tendo isso em mente, torna-se inegável a estreita relação entre a saúde mental do trabalhador, seu bem-estar, e como este performa no ambiente laboral. Quer entender melhor esta relação e os fatores que a impactam? Siga a leitura e aproveite a oportunidade para clicar aqui e baixar o nosso White Paper!

Os possíveis impactos da busca por produtividade no trabalho 

Muitas vezes, em seu dia a dia, o trabalhador pode subestimar os efeitos negativos da busca incessante por produtividade. A pressão constante por excelência tende a criar um ambiente de trabalho insalubre, que leva, muitas vezes,  ao abuso de substâncias nocivas, a crises de ansiedade e pânico, depressão e, possivelmente, ao burnout. O burnout é uma síndrome relacionada ao estresse crônico no ambiente de trabalho, caracterizado por exaustão física e mental, despersonalização, cinismo e diminuição significativa da produtividade no trabalho. 

Além de afetar negativamente a saúde mental e física do colaborador, o burnout impacta diretamente a empresa como um todo, podendo acarretar:

  • Queda no índice de produtividade dos times;
  • Aumento do turnover e de casos de afastamento profissional por questões de saúde;
  • Declínio no clima organizacional;
  • Queda na qualidade das entregas realizadas;
  • Aumento de gastos com plano de saúde.

Como as mudanças no cenário trabalhista afetam a saúde mental do trabalhador?

As últimas décadas testemunharam mudanças significativas na forma como o trabalho é percebido e executado. Novas estruturas organizacionais e avanços tecnológicos ampliam cada vez mais a autonomia e, por consequência, a responsabilidade dos colaboradores. 

No entanto, esse aumento de exigências pode também impactar negativamente a saúde mental dos envolvidos e, consequentemente, sua produtividade no trabalho. Problemas psicológicos geram prejuízos consideráveis às companhias, com custos anuais que ultrapassam os 100 bilhões de dólares em dias perdidos.

Estes e outros fatores tornam a discussão atual sobre saúde mental tão relevante, principalmente quando inserida na agenda ESG (Ambiental, Social e Governança). Quando se fala do foco do pilar social ‘S’ do ESG, ele não deve se limitar apenas às práticas externas, como responsabilidade social corporativa, mas também deve abranger o bem-estar interno daqueles que fazem as empresas acontecerem todos os dias.

Cada vez mais, as empresas estão percebendo que promover um ambiente de trabalho saudável, que inclua o suporte à saúde mental, não apenas fortalece a coesão interna, mas também se alinha aos valores éticos e responsáveis que o pilar social preconiza. A atenção às necessidades psicológicas dos colaboradores não apenas demonstra um compromisso genuíno com o recurso humano, mas também contribui para a sua produtividade no trabalho, para a retenção de talentos e, claro, para a construção de uma reputação corporativa positiva, refletindo os princípios fundamentais do ESG.

Saúde mental em dia e produtividade no trabalho: é possível?

A pressão para manter altos níveis de desempenho durante longas jornadas de trabalho é uma realidade enfrentada por muitos profissionais, no Brasil e no mundo. Um estudo recente do Instituto de Pesquisa do Exército dos Estados Unidos apontou que o cérebro retém a produtividade por cerca de 90 minutos. O que fazer frente a essa disparidade?

Além de incentivar pausas constantes, necessárias para otimizar a eficiência laboral e trazer maior equilíbrio para o ambiente de trabalho, as empresas podem ainda adotar medidas e oferecer benefícios específicos que promovam a saúde mental dos funcionários, melhorando seu bem-estar e produtividade no trabalho. Como por exemplo:

  • Oferecer atendimento psicológico em suas sedes ou então assinaturas/planos em plataformas direcionadas ao atendimento psicológico;
  • Promover rodas de conversa e discussões ativas sobre a importância do tema;
  • Treinar líderes para que conscientizem-se sobre a dicotomia Saúde Mental X Produtividade Tóxica;
  • Criar redes de apoio com lideranças capazes de serem empáticas e acolhedoras com seus times;
  • Incluir perguntas a respeito da saúde mental dos colaboradores nas pesquisas de clima e engajamento;
  • Propor projetos internos que promovam a diversidade, a equidade, a colaboração e a transparência;
  • Adaptar ou até mesmo desenvolver espaços físicos propícios para este tipo de interação.

O valor do bem-estar psicológico nos dias atuais 

Por meio deste artigo você pôde entender como a saúde mental do colaborador está intrinsecamente ligada à sua produtividade no trabalho

Sem um equilíbrio adequado, torna-se cada vez mais difícil alcançar a eficiência no dia a dia profissional, levando o colaborador a ter sentimentos relacionados à invalidez e à ansiedade. Sabendo disso, é necessário que as lideranças empresariais promovam um ambiente que priorize o bem-estar dos trabalhadores, reconhecendo que a saúde mental é um componente essencial para sua satisfação e produtividade no trabalho.

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