A Realidade dos Trabalhadores de Aplicativos: Renda sem direitos e proteção

Aplicativos como Uber, 99, IFood, seriam uma boa fonte complementar de renda, se não tivessem se tornado a renda principal de muitos trabalhadores em países como o Brasil. Hoje são mais de 1,6 milhão de trabalhadores mantendo famílias por meio do transporte de pessoas e delivery de entregas no Brasil. Sem dúvida, novas formas de trabalho vão surgir baseadas em novas tecnologias, mas elas precisam estar respaldadas pela garantia de direitos e proteção aos trabalhadores.

Há décadas vemos empregos e indústrias sendo afetadas pelo desenvolvimento tecnológico e pela automação, que impactam na obsolescência de algumas funções e no surgimento de novas. Sem disponibilidade de cursos ou capacitação para que estes trabalhadores se especializem para desenvolvê-las, há um impacto na economia produtiva e ampliação da desigualdade social, travando o crescimento econômico e o que sonhamos como uma sociedade mais sustentável.

O conflito entre os novos modelos de trabalho e os trabalhadores ganhou um novo capítulo na indústria de tecnologia. Na última semana, a Uber, prestadora de serviços eletrônicos na área do transporte privado urbano, foi condenada a pagar uma multa de um bilhão de reais por não registrar seus motoristas. A empresa afirma que vai recorrer da decisão, mas toda a situação traz à tona um problema crescente e acentuado pela pandemia: os desafios enfrentados pela crescente massa de trabalhadores por aplicativo.

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