O que significa ESG: saiba tudo sobre a letra ‘S’ da sigla

Mas afinal, o que significa ESG?

À medida que o tempo passa, as perspectivas da sociedade sobre o mundo mudam, assim como os métodos para suprir as necessidades e desafios que surgem a partir desta mudança. Exemplo concreto desta transformação é a crescente importância dada às pautas e causas sociais, incluindo a humanitária, a ambiental, a animal, entre outras. 

Pensando nisso, nasceu o conceito de ESG, um conjunto de práticas e padrões que empresas de todo o mundo utilizam para avaliar e integrar iniciativas ambientais, sociais e de governança corporativa em suas operações e estratégias de negócios.

Uma pesquisa recente da Panorama ESG Brasil 2023, elaborada pela AMCHAM em parceria com a Humanidas, indica que, dentre as 500 empresas brasileiras entrevistas que aderem aos pilares ESG, 40% afirmaram que as práticas têm a finalidade de reduzir os riscos ambientais, sociais e de governança. Já para outros 61%, as práticas têm o objetivo de fortalecer a reputação da marca no mercado e outros 57% ainda disseram que sua função é aumentar o impacto positivo em questões socioambientais. A partir destes dados, é possível observar que diferentes empresas, em contextos e com públicos diversos, entendem também de forma múltipla o que significa ESG e podem, ou não, aplicá-lo.

Na sigla, o “S”, foco deste artigo, refere-se ao social (termo usado tanto em inglês quanto em português) e aborda, é claro, os aspectos sociais da empresa, incluindo relacionamento com os colaboradores, fornecedores, clientes e comunidade em que se insere, além de questões relacionadas à saúde e segurança. Quer entender mais sobre o que significa ESG e como o ‘S’ funciona no dia a dia de uma companhia? Siga a leitura! 

O ‘S’ de ESG: quais as vantagens das práticas sociais?

O aspecto social do ESG pode ser muito mais amplo do que parece. Dentro da interpretação sobre o que significa ESG, algumas empresas veem o “Social” como Responsabilidade Social, enquanto outras concentram suas ações no ambiente interno, priorizando boas práticas trabalhistas. Outras ainda entendem a palavra de maneira assistencialista, associando-a a doações para comunidades e pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Estudos apontam que investir no ‘S’ pode, de fato, impulsionar a reputação da marca no mercado. No entanto, os benefícios do aspecto social do ESG podem ir muito além disso! O investimento em práticas de impacto social também pode ser uma estratégia para garantir a longevidade da empresa e fortalecer a parceria com seus stakeholders, ou seja, seus públicos de interesse.

É importante destacar que práticas de “E” – que refere-se a environmental (ambiental) e aborda questões relacionadas à pegada ecológica, ao uso de recursos naturais e às práticas de conservação – assim como as práticas de “G”, que significa governance (governança) e abrange práticas de liderança, transparência e estruturas de gestão, também têm o potencial de trazerem diversos benefícios para a empresa implementadora do ESG.

Por que aderir ao ESG como um todo?

Além de captar o que significa ESG e conhecer um pouco mais sobre seu aspecto social, é necessário ter em mente alguns dos motivos pelos quais diversas empresas vêm, cada vez mais, adotando e investido nestas práticas.

A adesão ao ESG beneficia empresas, atraindo investidores – visto que essas companhias são percebidas como mais aptas a lidar com riscos sociais, ambientais e econômicos. Segundo dados da consultora Deloitte, o número de investidores globais que aplicaram os indicadores ESG em pelo menos um quarto dos seus investimentos totais, aumentou de 48% em 2017 para 75% em 2019.

Além disso, a efetiva adesão ao ESG impulsiona metas sustentáveis, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, e ainda atende às expectativas das gerações Millennials e Z, que valorizam os propósitos ao escolher onde trabalhar. 

Por fim, seguir critérios ESG contribui para a saúde financeira a longo prazo, garantindo competitividade, enquanto empresas não comprometidas com as práticas correm o risco de serem rejeitadas por consumidores preocupados com impacto social e ambiental.

Como o trabalhador pode ser contemplado na agenda ESG empresarial?

A evolução cultural e gerencial das empresas em direção ao ESG, muitas vezes, expõe contradições entre seu discurso e sua prática na transição para um capitalismo mais consciente/verde/sustentável.

Como apontado, existem formas diversas de entender o que significa ESG e como seus pilares devem funcionar na prática. Mas uma coisa é certa: o trabalhador, assim como seu ambiente de trabalho, podem, e devem, ser incluídos/amparados pelas práticas de impacto social.

Entre os critérios ESG voltados ao aspecto trabalhista estão:

  • O cumprimento da legislação aplicável ao modelo de negócio, com ênfase na garantia de um adequado ambiente laboral e regras de Medicina e Segurança do Trabalho
  • O incentivo efetivo à diversidade e inclusão social
  • O fomento do marketing responsável e a preocupação com os impactos sociais e ambientais
  • Práticas de Governança Corporativa, com a composição de centros de decisão diversos, com ferramentas para impedir condutas inadequadas, como racismo, assédio sexual, assédio moral, etc
  • A preservação dos valores éticos e a implementação de programas de Compliance que desestimulem a corrupção e posturas antiéticas no ambiente corporativo e com a sociedade

Vale destacar que o trabalhador também deve ter acesso sobre o que significa ESG, na teoria e na prática, e como seus direitos podem ser protegidos e garantidos por estas práticas.

Agenda ESG empresarial com foco em ‘S’: o que é necessário?

Para finalizar, pensando especialmente em o que significa ESG e em como o pilar ‘S’ pode, e deve, contemplar o trabalhador, separamos alguns questionamentos iniciais que podem direcionar a implementação efetiva deste pilar:

  • A sua companhia tem dado atenção à proteção de direitos dos trabalhadores?
  • Há ações/programas atuantes que visam reduzir desigualdades, sejam de inclusão, de raça e/ou de gênero?
  • Há preocupações com a saúde emocional dos colaboradores?
  • Como funciona o processo de adaptação a novas formas de trabalho, como o home office?

Apesar dos desafios, especialmente na harmonização do discurso com a ação, a agenda ESG com foco em ‘S’ demanda, sim, uma reflexão profunda sobre as relações trabalhistas, dando foco aos direitos e necessidades do trabalhador em todo o processo. 

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